20/05/2017 às 07h34min - Atualizada em 20/05/2017 às 07h34min
Márcia Lia fala sobre desmonte da Previdência Social em Ibitinga
Deputada Márcia Lia promove debate em parceria com CUT, Apeoesp e Sintracob
Portal Ternura
Foto: Assessoria de Imprensa
A proposta que desmonta a Previdência Social encaminhada pelo presidente Michel Temer foi tema de palestra da deputada estadual Márcia Lia, em audiência realizada em parceria com a CUT (Central Única dos Trabalhadores), Apeoesp (Associação dos Professores do Estado de SP) e Sintracob (Sindicato das Trabalhadoras do Bordado de Ibitinga), na Câmara Municipal de Ibitinga, na quinta-feira, 18.
Vereadores e cidadãos também compareceram ao debate que, além de apontar os principais problemas da reforma, denunciou o golpe que ainda está em curso no país. “Há interesses internacionais para nos destruir. Estávamos desenvolvendo nossa tecnologia, protagonizando o cenário internacional, e agora estamos no sentido inverso”, afirma Márcia. A deputada disse, ainda, que as reformas fazem parte de um plano para desmonte do país.
“Esta reforma é excludente, especialmente para os que mais precisam. Estamos retrocedendo quase um século em direitos trabalhistas”. Márcia Lia esclareceu ainda que a reforma atinge diretamente as mulheres, os trabalhadores rurais e os mais jovens, que serão os mais prejudicados, visto que terão que trabalhar ainda mais para conseguirem aposentadoria.
O coordenador da CUT-subsede São Carlos, Edinaldo Ferreira, foi aplaudido ao afirmar que “se for aprovada a reforma trabalhista e da Previdência, teremos um novo sistema de escravidão”. Leandro Horie, técnico do DIEESE, declarou que o conceito de empregador no Brasil é disfarçado: “Os jovens normalmente não têm carteira assinada e a questão de gênero e raça também influencia muito nas relações trabalhistas, mesmo com a legislação atual. O Brasil tem a maior quantidade de acidentes de trabalho no mundo, mesmo sendo a metade da população trabalhadora informal e que, portanto, não tem acidentes registrados. As reformas são desculpa para legalizar o que é ilegal”.
A dirigente da Apeoesp, Neusa Ribeiro, a Neusinha, fez um emocionado discurso ao conclamar os presentes a lutarem contra o golpe e as reformas. “Precisamos multiplicar a informação. Dizer a todos o que está por trás das reformas. Sei que é difícil trabalhar o dia inteiro e não ir para casa descansar, mas, precisamos aproveitar o tempo que temos para mobilizar as pessoas, do contrário, não haverá futuro para nós”.
O discurso de Cássia Bufele, do Sintracob, refletiu sobre a incidência do desmonte na vida das bordadeiras, majoritariamente mulheres: “A maioria nem mil e quinhentos reais ganha. Como será nosso futuro? Isso é perverso pra nós, mulheres trabalhadoras.”