Rosa Maria Ellero Zuliani assumiu a direção da Etec de Ibitinga em julho deste ano. Foto: João Vitor Custódio/Portal Ternura
Rosa Maria Ellero Zuliani, 60, assumiu a direção da Etec de Ibitinga em julho deste ano, no meio de uma pandemia. Rosa nos conta que está na área da educação há mais de 20 anos, mas este tem sido um dos maiores desafios que já enfrentou.
Ela foi transferida da Etec de Taquaritinga, onde passou pelos cargos de professora, coordenadora e, nos últimos 8 anos, esteve à frente da direção. Embora sua graduação seja em Enfermagem, durante o curso fez licenciatura, o que possibilitou partir para a educação. Após prestar concurso do Centro Paulo Souza (CPS) em 2000, ela entrou na unidade de Taquaritinga.
Para a diretora, a mudança foi impactante. “Lá eu tinha 1.500 alunos. De repente, eu venho pra cá. Aqui, a escola é relativamente menor, são 400. Mas eu não conheço os professores, nem os alunos”, complementa. Ela explica que vir para Ibitinga seria mais tranquilo devido a essa redução, mas por conta da pandemia, tudo virou um verdadeiro desafio.
“Graças a Deus eu fui bem recebida pela equipe gestora e pelo pessoal que está trabalhando de forma presencial. Fiz reuniões virtuais com os professores, ocorreu tudo bem, fizemos conselho de classe, ocorreu tudo bem também”, afirma a diretora. Ela afirma que o jeito, agora, é ir com cautela e fazendo o que for possível no momento. Hoje, estão atuando dentro da escola para melhorar o aproveitamento do espaço físico.
Aulas EAD
A diretora explica que as aulas EAD são um desafio tanto para os professores quanto para os alunos. Para os docentes, um dos maiores obstáculos é a falta de entendimento na área da tecnologia; “eles (os professores) estão se reinventando neste período”, afirma.
Já sobre os alunos, Rosa elenca vários empecilhos. “Não são todos que acessam as aulas. A gente tem conversado bastante com eles, temos até uma orientadora educacional. Ela liga, faz o acompanhamento. A gente até envia cartinhas”, comenta.
Aos alunos que não tem acesso à internet, Rosa Maria salienta que o CPS disponibilizou chips com pacotes de dados para acessarem as aulas remotas. No entanto nem todos foram busca-los. Ela também comenta que passam o conteúdo pelo WhatsApp, se for necessário, e até imprimem as aulas para aqueles que não têm como acessá-las por meio dos aparelhos.
“A ação que temos que ter agora é essa: garantir o acesso ao aluno, mesmo que alguns não tenham interesse. Não é cultural do brasileiro este tipo de ensino, mas é o que precisamos fazer no momento”, finaliza.
Retorno
Rosa Maria afirma que a escola está se preparando para o retorno das aulas presenciais, mas que ainda não há uma data específica. “Não sabemos quando será. Por ora, temos notícia que será no dia 21 de outubro caso não haja um decreto municipal contrário. Isso porque a gente depende de merenda, de transporte de aluno”.
Segundo informado, caso as aulas retornem, apenas 35% das escolas podem ser ocupados. “A proposta inicial é que apenas os alunos dos cursos técnicos que se formariam no meio do ano, mas que precisam de aulas práticas presenciais para efetivar a formatura, voltem no começo deste semestre”. Ela explica que, no caso dos cursos oferecidos em Ibitinga não se encaixarem neste requisito, seria possível que os alunos do 3º ano ETIM retornassem neste primeiro momento.
Ano letivo
Para a diretora, ainda não é possível dizer se o ano foi bom, ruim ou totalmente ruim. “Somente após o retorno é que vamos poder fazer uma avaliação diagnóstica para ver o que foi que o aluno conseguiu desenvolver”, garante. Quando as aulas retornarem, os professores sentarão para discutir o que deu certo e o que deu errado para avaliar como darão continuidade aos trabalhos.
Etec de Ibitinga. Foto: João Vitor Custódio/Portal Ternura
