16/09/2020 às 09h04min - Atualizada em 16/09/2020 às 09h04min

90 anos de Duilio Galli: relembre a história desse grande artista plástico!

Nascido em São Carlos, mas adotado por Ibitinga como um verdadeiro filho, Duilio foi importante não só à Terra do Bordado, mas também ao Brasil; suas obras estão presentes em pinacotecas e museus nacionais e internacionais.

Portal Ternura
Foto: Reprodução/Facebook
 
No dia 16 de setembro de 1930, em São Carlos, nascia Duilio Galli. Mas engana-se quem acredita que Duilio não era ibitinguense de coração; como ele sempre falava “Fui lá só  para nascer! Com um mês de vida já estava na minha querida Ibitinga, onde passei toda a minha maravilhosa infância até meus 18 anos”.
Os pais do artista, Luis Galli e Disma Parolo Galli, moravam em Ibitinga e eram donos da “Alfaiataria Galli” (onde fica o Banco Itaú nos dias de hoje). Devido a um problema de saúde de sua mãe, que necessitava de cuidados constantes, os médicos aconselharam o casal a ir para São Carlos, onde tinha mais estrutura para um parto de risco.
Após o nascimento e da temporada em Ibitinga, a família de Duilio mudou-se para São Paulo, onde Disma teria maior assistência. Ela lutou bravamente contra as enfermidades, mas faleceu aos 45 anos de idade.
Em São Paulo, o artista se formou em contabilidade e foi piloto profissional de moto, inclusive, se consagrando como Campeão Paulista e Nacional pela Centauro Moto Clube de 1950 a 1958, ano em que se casou com a professora e poetisa Gessi Galli, com quem teve 4 filhos.
Fotos: Divulgação/Arquivo da família
 
Duilio exerceu a profissão de contabilista por 20 anos, mas já pintava desde 1950; sua primeira exposição foi em 1966. Foi aconselhado pela mentora Tarsila do Amaral, com a qual teve contato até o seu falecimento em 1973 - ele foi aluno e amigo pessoal de Tarsila; com ela, ele aprendeu, conviveu e enriqueceu culturalmente.
Após todo esse convívio e enriquecimento cultural, Duilio Galli decidiu dar um basta na carreira de contador. “Não era para mim, nasci para ser artista plástico, para celebrar as cores, a vida e denunciar os erros da humanidade contra si mesma.”, costumava afirmar o artista.
Duilio, em São Paulo, especificamente na Praça da República, também enxergou uma forma de aproximar o artista, a arte e a população: ele encabeçou o movimento e conseguiu o alvará da prefeitura; surge a “Feira da Arte”. Áurea Galli, filha do artista, explica que, ao contrário do que muitos pensam, não foram os hippies que iniciaram o movimento, mas sim os artistas plásticos.
Duilio Galli expondo suas obras na Praça da República (1967) e na Praça de São Marcos (1969). Fotos: Divulgação/Arquivo da família
 
O ibitinguense de coração expôs ali na capital paulista durante 10 anos – e mais: manteve o mesmo tipo de exposição na nas ruas de Londres e Paris (1969) e nas décadas de 80 e 90 nas cidade de Nova York.
Retornando ao Brasil em 1969, faz parte a comissão encarregada de organizar e elaborar o estatuto da Associação Internacional de Artes Plásticas no Brasil (AIAP), onde atua por muitos anos. Em fevereiro de 1970, junto a outros artistas, invade a Praça Roosevelt em São Paulo na busca de criar outras frentes para a divulgação da cultura e das artes. Duilio também foi um dos responsáveis pela criação de uma feira de artes igual à da Praça da República em uma praça de Embu, que passou a se chamar “Embu das Artes”.
Na década de 1970, o artista organizou e conseguiu a doação de mais de 200 obras de artistas consagrados. Em dezembro de 1971, inaugurou o Museu de Arte de Municipal de Ibitinga, que, em outubro de 2019, passou a receber o seu nome: “Museu de Artes e Acervo Histórico Duilio Galli”.
Em 1974, recebeu o então título de “Cidadão Ibitinguense”, sendo reconhecido pela cidade de Ibitinga como um verdadeiro filho da Terra do Bordado. Mais tarde, em 2010, é outorgado pela Câmara Municipal de Ibitinga o título de “Comendador de Ibitinga” pela “Comenda da Ordem do Brasão”.
Duilio Galli recebendo o título de "Cidadão Ibitinguense". Fotos: Divulgação/Arquivo da família
 
Em 1977, participou da XIV Bienal Internacional de São Paulo, sendo um dos selecionados dentre 6 mil artistas do mundo inteiro.
Em 1981 e 1982, viaja por vários países – Estados Unidos, Inglaterra, Espanha, Chile, Japão, Índia, Egito, Israel, Grécia, Itália e Portugal e também vai ao Tahiti e ao Hawaí.
Entre 1984 e 1990, realiza frequentes viagens para Nova York, cidade pela qual se apaixonou. Em 1991, fixou residência na conhecida “The Big Apple” (“A Grande Maçã”, como Nova York é conhecida mundialmente), onde permaneceu por 10 anos. No mesmo período, comprou um sítio em Ibitinga, vindo para o Brasil e voltando aos Estados Unidos sempre que possível.
A partir de 2002, devido a um câncer de pulmão, não viajou mais, permanecendo em Ibitinga de vez, onde faleceu no dia 27 de abril de 2016.
Outros grandes feitos
Foi o relator do projeto que conseguiu a transformação de Ibitinga em Estância Turística.
Possui duas Vias Sacras entronizadas nas uma na Igrejas Matriz de Ibitinga e a outra na Igreja Bom Jesus dos Milagres em Limeira.
Em 2011 produziu sob encomenda, a obra "Nelsinho Santana: O Menino Santo de Ibitinga", que foi doada à Igreja Matriz pelo Lions Club de Ibitinga Centenário.
À esquerda: obra "Nelsinho Santana Puxando a manda de Jesus". À direita: Duilio Galli pintando o quadro de Nelsinho Santana, sua última obra a óleo. Fotos: Divulgação/Arquivo da Família.
 
TV Cidade
Durante 11 anos, Duilio atuou como Videorreporter e apresentador do seu programa: “Atualidades Duilio Galli” na televisão local, TV Cidade de Ibitinga.
Foto: Reprodução/Facebook
 
Produziu mais de 1600 matérias de cunho cultural e ecológicas, inúmeras foram utilizadas por emissoras como Globo, Bandeirantes e SBT. Dentre elas, o vídeo de uma “Sucuri regurgitando uma capivara”, sua matéria mais famosa – ela correu o mundo mundo e até hoje é apresentada no Canal Internacional Animal Planet. Exerceu suas funções até 2016, ano do seu falecimento.
 
Vídeo: Reprodução/Youtube
 
Obras
Ainda hoje, suas obras continuam sendo negociadas e destinadas a museus e pinacotecas nacionais e internacionais, mantendo Duilio Galli na memória cultural de diversos lugares do mundo.
Suas obras estão nos seguintes acervos:
Museu de Skopje – Skopje – Iugoslávia
Museu de Angola – Angola – África
Embaixada Brasileira em Nova Delhi – Nova Delhi – Índia
Acervo Cultural da Embaixada Brasileira em Londres – Londres – Inglaterra
Acervo Cultural da Prefeitura Municipal de Tokuiama – Tokuiama – Japão
Galeria Vitrúvio – Milão – Itália
Galeria Faunus – Verona – Itália
Pinacoteca da Associação Paulista de Medicina – São Paulo/SP
Museu Municipal de Arte “Duilio Galli” de Ibitinga – Ibitinga/SP
Museu Dimitri Sensaud de Lavaud – Osasco/SP
Museu São Batista Conti – Atibaia/SP
Museu de Arte Contemporânea de Americana – Americana/SP
Museu do Folclore – São Paulo
Museu de Artes Plásticas de Mococa – Mococa/SP
Pinacoteca da Secretaria do Turismo de Santos – Santos/SP
Pinacoteca Municipal de São Bernardo do Campo – S. Bernardo do Campo/SP
Acervo Cultural da Prefeitura Municipal da Estância Turística de Ibitinga/SP Pinacoteca do Acre
Clube – São Paulo/SP
Coleção Embaixador José Roberto Assunção – Nova Delhi – Ítália
Coleção Embaixador Túlio Crdoso Faria, da Venezuela – Nova Delhi – Índia
Coleção Marufuku Hotel – Tokuiama – Japão
Coleção Makoto Ogawa – Tokuia – Japão
Coleção Dra Maria Euterpe Nogueira – Milão – Itália
Coleção Alfred Aufhauser – Nova York – USA
Coleção Leonard L. Yowwel – Nova York – USA
Coleção Visay Goradia - Nova York-USA
Coleção José Vianna - Nova York- USA
Coleção Dr. Jerônimo Sgarbi – Ibitinga/SP
Coleção Luiz Carlos Bofelli – Ibitinga/SP
Praça Ruy Barbosa em Ibitinga/SP
Igreja Matriz do Bom Jesus de Ibitinga/SP
Igreja Bom Jesus dos Milagres – Limeira/SP
Acervo Aurea Galli – Ibitinga/SP
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