02/05/2020 às 08h37min - Atualizada em 02/05/2020 às 08h37min

Se não forem vítimas de COVID-19, serão do preconceito

Muitas pessoas sequer contraíram o novo coronavírus e são atacadas pela discriminação e desrespeito

Portal Ternura
Por Daniela Branco
O senhor João Rachid (no centro da foto) encontra-se hospitalizado com pneumonia. Família pede orações. Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
 
O momento é delicado. O mundo enfrenta uma pandemia jamais vista e ainda o sofrimento patológico inflamou o desequilíbrio emocional nas pessoas. Em Ibitinga, se preza mais em saber os rostos e CPFs das possíveis vítimas deste novo coronavírus, do que propriamente solidarizar-se pelo momento vivido pelo indivíduo e sua família.
O desrespeito vai aquém do compromisso de cada um como cidadão, em buscar facilitar o cenário vivido, em buscar acalmar as pessoas, a ser otimista e perseverante. A exemplo do comportamento de vários na cidade, onde fazem chacota sobre o assunto, desprezam as pessoas, acusam e amaldiçoam famílias inteiras porque trouxeram o vírus para Ibitinga!
A inversão dos valores permeia a descrença dos princípios. A exemplo disso, doenças de ordem respiratória passaram a ter um codinome para a sociedade: coronavírus.
Por viajarmos em fevereiro, condição que compete somente aos envolvidos, eu, minha mãe e meu marido fomos acusados de trazer a doença a Ibitinga, caso que só houve sua primeira confirmação no dia 28 de abril, cerca de 60 dias após nosso retorno. Outro caso semelhante, de um paciente que passou por problemas de ordem respiratória,  teve sua família 'humilhada e ameaçada' por alguns que sequer pensam que o contágio não possui nome, idade e nem conta bancária. O coronavírus simplesmente ataca.
MAIS UMA VÍTIMA
Pouco mais de uma semana, o senhor João Rachid, ibitinguense, pai de seis filhos, pessoa querida e de intensa participação no fomento do bordado, como a Feira do Artesanato, foi internado com diagnóstico de uma pneumonia grave, e claro, atendendo ao protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde, realizou o exame para Covid-19 e o resultado foi negativo.
Não bastasse, chovia nas redes sociais a busca pelo nome, endereço e até a idade da vítima. Poucos rezavam pela sua recuperação com exceção da família e dos verdadeiros amigos.
A ética imprimida na área da Saúde preserva nomes e rostos. Busca equilibrar um atendimento humanizado e solidário. Já o povo, não! Necessita falar maliciosamente, insinuar situações que fragilizam os corações dos envolvidos.
ORAÇÕES
Famílias daqueles COM OU SEM COVID-19 pedem orações aos seus entes. Clamam pela recuperação e retorno dessas pessoas ao seio de seus lares.
Talvez um apelo ajude, ainda acreditando que a humanidade é BOA, e alguns apenas prezam pelo MAL, rezemos.por todos: pacientes de COVID OU NÃO.
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