30/04/2020 às 13h43min - Atualizada em 30/04/2020 às 13h43min

A Cidade do Bordado se reinventando em meio a uma pandemia

Produção de EPIs favorece mercado de Ibitinga e gera novos empregos.

Portal Ternura
Devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19) a demanda por Equipamentos de Segurança do Trabalho (EPIs) na área hospitalar aumentou. Ibitinga, reconhecida como Capital Nacional do Bordado, atenta às necessidades do mercado em potencial, mergulhou nesta produção.
A iniciativa partiu da necessidade de materiais na Santa Casa de Ibitinga, uma vez que esses produtos tiveram o preço elevado e a entidade não podia arcar com todos os gastos.
O vice-prefeito do município, Frauzo Ruiz Sanches, conversou com comerciantes e empresários do município e conseguiu doações de tecido-não-tecido (TNT) para a produção, que está sendo realizada por costureiras voluntárias. O hospital também está recebendo materiais produzidos nas indústrias da cidade.
Pela capacidade de Ibitinga, por já ter mão de obra qualificada e acesso aos materiais de produção, as fábricas foram orientadas a se adequarem à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e começaram a produzir máscaras, toucas, propés e aventais, direcionando o mercado de Ibitinga para outro ramo.
A empresa Lavive criou um site no qual explica o porquê do serviço. Clique aqui para acessá-lo e ficar por dentro da campanha “O Lucro são vidas”. Eles venderão os materiais a preço de custo, reforçando que as vidas, neste momento, são o verdadeiro lucro. As doações à Santa Casa de Ibitinga continuarão acontecendo.
 “É uma corrente do bem. A indústria abastece os hospitais e a população ao custo de manter empregos; de manter famílias – e não de lucrar, de se aproveitar da demanda que está tão alta”, afirma Ailton Pereira , sócio proprietário da empresa.
 
NOVOS EMPREGOS E PRODUÇÃO
Com a reinvenção, novos empregos estão sendo gerados. Vagner Assencio, dono da empresa Plásticos Assencio, já empregou quase 400 empregos neste período.  
No começo, eles tinham o plano de demitir funcionários, mas percebendo a capacidade produtiva, investiram nesse caminho. Hoje, já estão produzindo 300.000 máscaras por dia. “Nosso objetivo é chegar a 1 milhão de unidades por dia dentro de algumas semanas”, completa Vanessa.
A empresa já doou mais de 10 mil máscaras para a Santa Casa de Ibitinga e ainda doará ao Corpo de Bombeiros nos próximos dias. Eles também estão assumindo o compromisso de distribuir uma quantidade significativa para a população da cidade.
A empresa Lavive está confeccionando máscaras em cores diferentes para auxiliar na identificação da troca. Ainda de acordo com Ailton, “as máscaras de algodão em cores diferentes para controlar os horários de troca a cada duas horas, se tornou um produto que estamos vendendo a preço de custo, para quem precisa trabalhar e precisa das máscaras”.
Douglas Ciriberto Martins, designer de produtos e gestor em produção, explica que no momento todos os funcionários da fábrica Bordados Ricardo estão trabalhando com a produção de EPIs. “Eles estão divididos em equipes. Uma equipe produz máscaras, outra as toucas descartáveis e outra equipe produz o propés”, comenta.
Douglas explicita que todos os funcionários foram capacitados para que possam produzir todos os materiais - a divisão de equipes é por conta da grande demanda desses produtos. Com isso, a fábrica está procurando auxiliar a Santa Casa de Ibitinga diariamente.
 
SEGURANÇA E SAÚDE
As empresas também estão seguindo as recomendações feitas por órgãos da área da saúde. Os empregados estão usando máscaras e o álcool em gel está sendo disponibilizado durante o período de trabalho. Colaboradores dos grupos de risco foram orientados a permanecerem em suas casas.
Além disso, Vanessa nos conta que a Plástico Assencio investiu também na área da limpeza. “Além dos profissionais que já eram responsáveis pela limpeza, foram contratados outros seis funcionárias com a missão específica de desinfetar lugares de alta circulação a todo momento.”, comenta.
A empresa Lavive já adotou o sistema de medição da temperatura de todos que adentram ao local. A Plástico Assencio também já começou a fazer esses testes.
Douglas explica que na fábrica Bordados Ricardo as máquinas foram realocadas para que os funcionários fiquem a 1,8m de distância um do outro. Eles também estão sendo orientados a irem aos banheiros para lavarem as mãos com sabão.
Finalizando, a Lavive também adotou medidas de distanciamento e portas e janelas estão ficando abertas para melhorar a circulação do ar na fábrica.
USO OBRIGATÓRIO DE MÁSCARAS
Ontem em Ibitinga (29), o uso de máscaras de proteção facial  se tornou obrigatório dentro dos estabelecimentos de funcionamento permitido nesta quarentena. A determinação serve tanto para funcionários das empresas, quanto para clientes.
Pela regra, os estabelecimentos devem restringir a entrada de pessoas que não estejam com a cobertura de proteção.
“A norma é importante para proteger não só os funcionários destes estabelecimentos, mas também os próprios clientes. A máscara serve como uma barreira física das gotículas que podem estar com o vírus, e que podem ser transmitidas de uma pessoa para outra, ou a objetos e alimentos”, explicou Tatiana Fodra, do departamento jurídico da Prefeitura Municipal.
Nessa quarta-feira, alguns supermercados fixaram avisos que informavam aos clientes sobre a medida de proteção adicional e obrigatória. O descumprimento da determinação pode acarretar em multa e cassação de licença de funcionamento.
E DEPOIS DA PANDEMIA?
Tendo em vista que a procura por esses materiais não para, as empresas estão estudando as possibilidades para continuarem a produzir EPIs após a pandemia. Por enquanto, continuarão a produção durante o período pandêmico, auxiliando a cidade de Ibitinga e tantas outras por todo o Brasil.
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