27/09/2016 às 11h07min - Atualizada em 27/09/2016 às 11h07min

Drone registra imagens de destruição em bairro rebelde de Aleppo, na Síria

Síria e Rússia intensificaram bombardeios em bairros rebeldes da cidade. Conflito sírio provocou mais de 300 mil mortes desde 2011, segundo ONG.

Portal Ternura
Imagem de drone mostra destruição em bairro rebelde de Aleppo (Foto: Reuters)
Imagens feitas por um drone e divulgadas pela agência Reuters, nesta terça-feira (27), mostram a destruição em um dos bairros controlados pelos rebeldes em Aleppo, cidade síria que foi alvo de intensos bombardeios nos últimos dias.
Segundo a agência a AFP, alimentos e medicamentos são cada vez mais escassos nos bairros rebeldes de Aleppo, submetidos a intensos bombardeios do regime sírio e da Rússia, acusados de "crimes de guerra" pelas potências ocidentais.
"Nos últimos anos suportamos os bombardeios e não abandonamos Aleppo. Mas agora não há pão, água, nada nos mercados. A situação piora dia a dia", afirmou na segunda-feira Hassan Yasin, de 40 anos.
Bairros rebeldes de Aleppo foram submetidos a intensos bombardeios do regime sírio e da Rússia (Foto: Reuters)
Este pai de quatro filhos teve que abandonar com a família o apartamento no terceiro andar de um prédio e buscar refúgio em uma barraca no térreo, para evitar os ataques contra o bairro de Ferdus.
Na segunda-feira, a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) informou que o balanço de mortos subiu a 140 - maioria civis - desde quinta-feira à noite, quando o exército sírio anunciou uma ofensiva mais intensa para reconquistar a totalidade de Aleppo.
Os aviões russos e do regime realizaram "dezenas de ataques" a partir da meia-noite no leste da cidade controlada pelos rebeldes, segundo o OSDH. Ao amanhecer, os bombardeios se intensificaram e provocaram incêndios.
'Esgotados'
Os quase 250 mil habitantes dos bairros rebeldes de Aleppo não recebem ajuda externa há dois meses. Desde os bombardeios de sábado, a população não tem água, de acordo com o Unicef.
Os quase 250 mil habitantes dos bairros rebeldes de Aleppo não recebem ajuda externa há dois meses (Foto: Reuters)
"Os hospitais se encontram sob forte pressão com o número elevado de feridos e a falta de sangue disponível, além da ausência de cirurgiões especializados em transfusões", afirmou uma fonte médica à AFP.
"Por isto, as pessoas gravemente feridas são imediatamente amputadas", completou a fonte.
"Os pacientes são colocados no chão e as equipes médicas trabalham no limite da resistência humana" contou o médico Abu Rajab, da ONG Save the Children, destacando que quase metade dos pacientes nos hospitais são crianças.
Drone mostra destruição em bairro rebelde de Aleppo (Foto: Reuters)
Tensão entre Rússia e Ocidente 
Em Nova York, as potências ocidentais criticaram a Rússia no domingo em uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU, com acusações diretas a respeito da ofensiva contra Aleppo.
"O que a Rússia apoia e faz não é luta antiterrorista, é barbárie", disse a embaixadora americana Samantha Power.
O Kremlin respondeu na segunda-feira e criticou "o tom e a retórica inadmissíveis" dos Estados Unidos e do Reino Unido.
"Consideramos o tom e a retórica dos representantes do Reino Unido e Estados Unidos inadmissíveis e, inclusive, suscetíveis de prejudicar nossas relações", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
O embaixador britânico Matthew Rycroft citou a possibilidade de levar a questão ao Tribunal Penal Internacional, competente para os crimes de guera. A última tentativa do Conselho de Segurança esbarrou no veto da Rússia.
No atual contexto, o apelo do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para "acabar com o pesadelo" na Síria tem poucas possibilidades de ser ouvido nesta semana.
É a terceira evacuação desse tipo depois de um acordo de dezembro prevendo que esse setor passaria para controle do exército sírio em troca de levantar o cerco imposto três anos antes.
Cerca de 600 mil pessoas vivem sitiadas em toda a Síria, segundo a ONU.
Além disso, chegou uma ajuda no domingo pela primeira vez em seis meses a quatro localidades sitiadas: Madaya e Zabadani, cercadas por tropas do regime na província de Damasco, e Fua e Kafraya, pelos rebeldes em Idleb (noroeste), segundo a Cruz Vermelha.
O conflito sírio provocou mais de 300 mil mortes desde 2011, segundo o OSDH, e resultou na maior crise humanitária desde a Segunda Guerra Mundial.
Fonte: G1
Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://portalternura.com.br/.