19/11/2019 às 11h32min - Atualizada em 19/11/2019 às 11h32min

Programa Revalida em Ibitinga passa por primeira avaliação

Comissão esteve em Ibitinga nesta segunda-feira e passou a tarde na Santa Casa.

Portal Ternura
A Diretora Executiva Vanessa Pultrini recebeu os professores e diretores. Foto: Lorenzo Santiago / PORTAL TERNURA
 
Nesta segunda-feira, o programa Revalida passou pela primeira avaliação em Ibitinga. Uma comissão composta por membros da Universidade Metropolitana de Santos e professores da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) veio até a Santa Casa de Ibitinga para analisar como está o desenvolvimento dos alunos após 3 meses do início do Revalida.
Foram levadas em consideração a infraestrutura, carga teórica, a relação com os médicos que orientam os estudantes, além do resultado das provas realizadas neste período. Com todos esses critérios, é dada uma nota que serve de parâmetro para a avaliação do programa na cidade. Daqui três meses é feita uma nova avaliação, considerando os resultados do exame feito no mês de novembro.
As avaliações feitas a cada 3 meses não vão mudar a condição de revalidação do certificado dos alunos. Como eles se formaram em outros países, é necessário passar pelo programa e fazer a prova Revalida que acontece ao final do curso. Somente o exame final é que vai determinar a aptidão do aluno para atuar em território nacional.
A comissão avaliadora é coordenada pelos professores da UFMT. Como a revalidação é feita pelo Ministério da Educação, somente uma Universidade Pública pode dar a autorização dos alunos para atuar, ou não, no Brasil. A instituição também está submetida ao Conselho Regional de medicina (CRM), responsável pelas chancelas que permitem os médicos trabalharem no Brasil. Caso não siga as exigências do Ministério da Educação, a Santa Casa perde o programa.
Para o Doutor Eduardo Jacob, Diretor Técnico da Santa Casa, o programa está caminhando como previsto em Ibitinga: “A gente está com uma expectativa positiva porque o resultado das provas mostrou que 80% do conteúdo foi absorvido pelos alunos. Temos alunos que, junto com a presença de um médico, já exercem a prática na nossa Santa Casa o que faz com que a gente diminua o tempo de espera do nosso paciente. O médico que está atendendo também vai dar uma atenção maior ao paciente, já que ele está ensinando enquanto atende” explicou Eduardo.
A Diretora Executiva da Santa Casa, Vanessa Pultrini, ressalta que a intenção é ampliar o quadro de médicos da cidade com alguns dos alunos após o término do programa: “Os alunos ficam livres para exercer em qualquer lugar do país. Se alguns dos alunos se identificar com o território e com a população, a nossa intenção é manter essas pessoas aqui. A gente sabe da dificuldade de termos médicos nos postos de saúde e nas unidades de atendimento” reforça Vanessa.
Revalida
A cidade de Ibitinga recebeu no começo de agosto, 53 alunos médicos para o programa Revalida. O programa faz parte de um convênio firmado entra a Secretaria de Saúde, Santa Casa, a Universidade Federal do Mato Grosso e a Unimes. O objetivo do programa é revalidar o certificado do Conselho Regional de Medicina (CRM) para médicos brasileiros que se formaram em outros países, possam trabalhar no Brasil.
Os alunos médicos que vieram para Ibitinga se formaram, em sua maioria, em países da América do Sul como Argentina, Bolívia e Paraguai. Mesmo sem ter a documentação necessária para trabalhar no Brasil, os estudantes já trabalharam nos países em que se formaram por meio do Mais Médicos, antigo programa do Governo Federal extinto em 2018.
Na cidade de Ibitinga esses alunos médicos passam pela qualificação, enquanto realizam atividades do dia a dia da profissão. Tudo isso com a supervisão de profissionais da Santa Casa e das unidades de saúde municipais. O estágio é de 1 ano para a maioria dos alunos. De acordo com a grade curricular que cada aluno teve nas outras universidades, será preciso 1 ano e meio (18 meses). Ao longo do período serão pelo menos 3 avaliações.

Em fevereiro de 2020 será feita nova visita para segunda avaliação do programa. Foto: lorenzo Santiago / PORTAL TERNURA
 
Segundo o poder público municipal “com esse programa, Ibitinga abre as portas para trazer mais médicos. Os médicos tendo essa qualificação podem não só fazer o estágio e ir embora, como ficar e trabalhar em Ibitinga” afirmou Frauzo Sanchez, vice-prefeito de Ibitinga.
O Revalida é regido por um Termo de Cooperação Técnica, assinado entra as Prefeitura, a Unimes e a Santa Casa e tem validade de 1 ano. Ao final, o programa vai ser reavaliado, podendo ser prorrogado.
Os alunos médicos serão responsáveis pelos seus gastos com moradia. O poder público se responsabiliza pelo custeio da alimentação no período do estágio e com os materiais usados nas unidades de saúde.
Segundo Vanessa Pultrini, diretora da Santa Casa de Ibitinga, a vinda de 51 alunos “vai gerar uma dinâmica econômica na cidade. Esses alunos além de trabalhar, eles vão gastar aqui no município. A Santa Casa e a rede pública de saúde vão cuidar, principalmente da orientação desses estudantes”.
Operação “Vagatomia”
A Polícia Federal deflagrou no mês de setembro a Operação “Vagatomia”, que investiga fraudes no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) do governo federal e no programa Revalida. A operação apura fraudes na comercialização de vagas e transferências de alunos do exterior, principalmente Paraguai e Bolívia, para o curso de medicina em Fernandópolis (SP).
O dono da Universidade Brasil em Fernandópolis, José Fernando Pinto da Costa, foi preso em São Paulo. O filho dele, que também é sócio do grupo educacional, foi preso no aeroporto de Guarulhos (SP). Eles são apontados pela PF como chefes do esquema.
Em Ibitinga o programa é vinculado à UFMT e não tem relação com a investigação da PF.
CRM
Para trabalhar no Brasil, o médico precisa da carteira do Conselho Regional de Medicina do estado de São Paulo. Essa é uma determinação do Ministério da Educação (MEC). O conselho é responsável por fiscalizar as atividades médicas em todo o estado.
Para ter a carteira do CRM, os médicos formados no Brasil precisam procurar os conselhos estaduais e levar toda a documentação necessária.
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