Indo na contramão da construção das famosas arenas, há muitos clubes que preferem dar uma repaginada na própria estrutura. Um movimento evidentemente mais barato e que segue atual. Caso do Sport, com a "nova" Ilha do Retiro, reaberta ao público após mais de dez meses em reformas. E de São Januário, do Vasco, e Vila Belmiro, do Santos, com obras à vista.
E que outros estádios "raízes", de estruturas antigas, receberam recentemente melhorias ou pretendem dar um tapa no visual? O ge traz exemplos nas Séries A e B do Campeonato Brasileiro.
Um adendo: a reportagem não trouxe para a lista aqueles que se transformaram em verdadeiros complexos multiuso, como a Fonte Nova - hoje Casa de Apostas Arena Fonte Nova -, Maracanã, e Allianz Parque.
Ilha do Retiro - PE
Construída em 1937, a velha Ilha do Retiro esteve fechada por mais de 10 meses para reformas e encabeça a lista. O Sport trocou sistema elétrico, de drenagem, gramado e instalou iluminação potente, agora de LED.
Um tapa no visual que custou alguns milhões e preparou o equipamento para uma nova futura reforma, no modelo retrofit. A gestão rubro-negra, inclusive, protocolou pedido junto à Prefeitura do Recife recentemente para liberar novas intervenções no complexo social da Ilha.
Vila Belmiro - SP
O Alçapão do Urbano Caldeira não ficaria de fora da lista. Palco dos jogos do Peixe desde 1916, a Vila Belmiro recebeu um "tapa" no gramado há três anos, em 2021, melhorando as condições do campo. Mais recentemente, em 2023, o estádio ficou um mês parado para receber nova pintura.
Há, agora, planos mais ambiciosos para o campo alvinegro: a construção da "nova Vila", com manutenção das cadeiras cativas, cobertura reduzida e capacidade para 30 mil pessoas.
São Januário - RJ
Outro estádio clássico do futebol brasileiro, São Januário tem uma reforma planejada. A ideia inicial era uma grande modificação, que chegou a ser orçada em R$ 506 milhões e teve até aprovação na Câmara de Veradores do Rio de Janeiro.
Recentemente, houve uma reviravolta e esse projeto, apresentado em novembro de 2023 pela gestão anterior do clube e desenvolvido pelo arquiteto Sérgio Dias, no entanto, não deve ser colocado em prática integralmente. Ele será utilizado como base, com mudanças sutis.
A grande alteração no projeto deverá ser o aumento da arquibancada inferior. A expectativa é de que mais de 70% do estádio não tenha cadeiras, o que vai diferir São Januário da maioria das arenas modernas. Modificações na parte externa não tendem a acontecer.
Presidente Vargas - CE
"Xodó" dos cearenses, o Presidente Vargas, o PV, foi reinaugurado em maio de 2022 após dois anos fechado para obras. E que reforma: requalificação completa do campo, drenagem, instalação de sistema automatizado de irrigação e melhorias nas arquibancadas.
O estádio é o segundo maior da capital cearense, atrás apenas da Arena Castelão - onde jogam Ceará e Fortaleza - e tem capacidade máxima para 20.166 torcedores. O custo do "novo PV" foi de aproximadamente R$ 10,5 milhões.
Brinco de Ouro - SP
Casa do Guarani, o Brinco de Ouro da Princesa foi inaugurado em 31 de maio de 1953. É o maior estádio do interior de São Paulo, diga-se. O Brinco tem capacidade para pouco mais de 29 mil pessoas e passou por reformas em julho do ano passado.
O Bugre realizou obras no gramado, instalou nova iluminação de LED - semelhante à do Sport -, pintou as arquibancadas e também reformou novo letreiro na fachada do clube.
Heriberto Hülse - SC
Único representante catarinense na Série A, o Criciúma promoveu uma série de ações para repaginar a própria casa, o Heriberto Hülse. Com capacidade para 19.225 pessoas, o estádio recebeu, em 2023, reparos na drenagem, sobretudo na parte atrás dos gols e em frente ao banco de reservas. A colocação de uma nova grama e a instalação de novos banheiros também foi feita.
Em julho desse ano, o clube informou outra melhoria na estrutura: aquisição de gramado sintético para encobrir o entorno do campo.
Moisés Lucarelli - SP
Construído pela torcida, o Moisés Lucarelli completou 76 anos em setembro e, para celebrar a data, deu uma repaginada daquelas no Majestoso. O clube revitalizou a fachada, as duas torres de iluminação, fez obras no vestiário visitante, administrativo, e pintou a área interna e externa do estádio.
Além disso, o gramado passou por reparos, com plantio de nova grama. Até o fim do ano, a Macaca ainda prevê troca de refletores por iluminação de LED, mais tecnológica, e das cadeiras.
Ressacada - SC
Inaugurado em 15 de novembro de 1983, a Ressacada virou canteiro de obras pela última vez ao final do ano passado, quando o imóvel fez 40 anos. As intervenções no complexo abrangeram áreas internas e externas, alojamentos, centro administrativo, vestiários, academias, departamentos médicos, além propriamente no gramado principal do estádio. A lotação do campo é de 17.800 pessoas.
Serra Dourada - GO
O tradicional palco goiano perdeu espaço para os estádios de cada clube da capital. O Goiás usa a Serrinha, o Vila Nova joga no OBA, e o Atlético-GO usa o Antônio Accioly. Mas o Governo de Goiás abriu processo de concessão para uma ampla reforma que pode mudar essa realidade. O Serra Dourada deve ficar em obras para modernização por cerca de três anos — a começar a contar de 2025.
Quando for reaberto, em 2028, a expectativa é de que a nova capacidade seja para 60 mil pessoas. Atualmente, o Serra tem capacidade para pouco mais de 38 mil pessoas. Segundo o projeto, uma modificação no gramado, que será rebaixado em até dois metros, irá permitir que as arquibancadas sejam ampliadas para o setor da geral, possibilitando o aumento de público. A previsão é de que o estádio receba, no mínimo, R$ 215 milhões em investimentos. No entanto, esse valor pode chegar a R$ 1 bilhão.
Fonte:https://ge.globo.com/pe/futebol/noticia/2024/10/14/arena-ou-raiz-da-ilha-do-retiro-a-sao-januario-veja-estadios-historicos-que-deram-ou-planejam-uma-repaginada.ghtml