Cinco anos sem o jornalista e radialista Roque de Rosa. Foto: Arquivo pessoal
No dia 26 de julho de 2019, há exatos 5 anos, Roque de Rosa nos deixava. Junto à saudade, o jornalista e radialista deixou seu incrível legado e diversas histórias que o tempo não apaga.
Nascido em 28 de maio de 1936 na cidade de Vera Cruz (SP), Roque de Rosa atuou no rádio brasileiro durante 66 anos.
Sua carreira jornalística começou cedo, e aos 16 anos , foi considerado o melhor locutor jornalístico do país - título que recebeu novamente cerca de 7 anos depois. Em 1959, a Rádio Tupi promoveu um concurso para escolher um apresentador para seu principal radiojornal. Dentre 113 participantes, três foram escolhidos para a fase final. Quem venceu? É claro, Roque de Rosa!
É válido lembrar que na década de 50 e meados da década de 60, a televisão ainda era muito recente no Brasil, além de não ser acessível a todas as casas. Sendo assim, o rádio ainda era o principal meio de comunicação entre as famílias brasileiras, sendo a Rádio Tupi o maior nome da época.
Mas Roque não aguentou muito tempo. Com saudades do interior, pediu a conta. Foi então que escolheu Ibitinga (SP), dentre tantas propostas, para continuar sua carreira. A convite do Deputado Victor Maida, chegou à Terra do Bordado em 1964 para reerguer a Rádio Ibitinga e, aos poucos, foi conquistando a população ibitinguense – e, claro, de toda a região.
Primeiro jornalista oficialmente declarado no estado de São Paulo
Em 14 de abril de 1980, por meio da Lei 6.727/1979, Roque de Rosa foi o primeiro jornalista oficialmente declarado no estado de São Paulo. Hoje, a incrível conquista está emoldurada em uma parede da rádio, para que todos saibam quão grande foi o jornalista que a carregou por anos!
Um documento da Delegacia Regional do Trabalho (DRT-SP) confirma o registro.
Carteira Profissional de Roque de Rosa fica exposta em uma parede da rádio. Foto: Portal Ternura
Matutino
No ar desde 1964, o “Grande Matutino”, programa da Rádio Ternura FM (99,3) – inicialmente transmitido pela Rádio Ibitinga AM -, detém o título de segundo radiojornal brasileiro mais antigo na ativa, atrás apenas de seu homônimo, fundado em 1953 na cidade de Osvaldo Cruz, também por Roque.
E foi por meio do jornal falado que ele lançou diversas campanhas que auxiliaram no desenvolvimento de Ibitinga! E sua primeira ação foi em relação à pintura das casas da cidade, já que a maioria tinha uma coloração amarelada. A rádio, então, promoveu a campanha para que os moradores pintassem suas casas e, de pincelada em pincelada, a cidade coloriu-se.
E não parou por aí. Rádio e Roque, com apoio de outros colaboradores, como o querido Antônio Carlos Pedrosa, o “Tatá”, que faleceu no dia 25 de agosto de 2020, também foram responsáveis pela 1ª Feira do Bordado de Ibitinga. Inclusive, o título reconhecido mundialmente, “Capital Nacional do Bordado”, também surgiu nos microfones da rádio.
As histórias são tantas que não caberiam neste texto! Se você se interessar, pode clicar aqui para ler um pouco do legado do jornal falado, que completou 50 anos no começo da década passada.
Hoje, o Matutino é apresentado pelos locutores Ronaldo Camargo, Carlão e Edson Maia.
Roque de Rosa e Antônio Carlos Pedrosa, o “Tatá”. Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
Livros e Músicas
Alguns livros que Roque de Rosa escreveu durante os anos. Foto: Portal Ternura
Roque de Rosa não se contentou apenas com a área da comunicação: também trilhou seus caminhos na arte, especificamente na literatura e na música.
Escritor de muitos livros, ele registrou histórias do rádio brasileiro, de Ibitinga e sobre a vida. E como ele viveu, não? Para acompanhar um pouco de suas criações, clique aqui!
Já no campo da música, Roque compôs 37 canções, dentre elas “Quando Agosto Chegar”, uma de suas mais conhecidas! Acompanhe pelo YouTube.
Outros livros escritos por Roque de Rosa. Foto: Portal Ternura
Casamento
Durante 64 anos, quase o mesmo tempo em que sua carreira no rádio durou, Roque de Rosa foi casado com Maria Edna Aparecida da Silva. “Dona Edna”, como era conhecida, faleceu na madrugada do dia 05 de agosto de 2019, aos 85 anos de idade, dez dias após o falecimento do jornalista.
Roque de Rosa e Maria Edna. O casal era inseparável. Faleceram com diferença de 10 dias um do outro. Foto: Arquivo da família
Falecimento
No dia 26 de julho de 2019, Roque não apareceu para apresentar o jornal. E foi naquela triste quinta-feira de inverno que uma grande voz, uma grande pessoa, nos deixou.
Pode-se afirmar, com certeza, quão importante Roque de Rosa foi para Ibitinga e para a história do Rádio Brasileiro. Foram muitas batalhas, muitas histórias e muitas conquistas!
Você pode ler muitos outros fatos sobre a vida do incrível jornalista clicando aqui.
Acervo e Grupo Roque de Rosa de Comunicação
Quadro com medalhas e honrarias conquistadas por Roque de Rosa durante sua vida. Foto: Portal Ternura
O Grupo Roque de Rosa de Comunicação, que leva o nome do jornalista, é composto por: Portal Ternura, Rádio Ternura FM, Rádio Máxima FM, Agência 4 Ventos, Produtora R-Moovie, TV Ternura Web e Rádio Pop (pela internet).
Para manter sua memória viva, a rádio montou um acervo com fotos, vestuário e objetos pessoais de Roque de Rosa. O memorial é aberto para visitação durante horário comercial. A rádio fica na Rua Capitão João Marques, nº 89 - Jd. Centenário.
