24/07/2023 às 09h03min - Atualizada em 24/07/2023 às 09h03min

CASO DE POLÍCIA: Mais um escândalo estoura na Santa Casa de Ibitinga

Informações sobre pacientes internados na entidade podem ter vazados de dentro da própria Santa Casa a golpistas que buscam extorquir dinheiro de familiares.

Portal Ternura
 

Da Redação
Imagine uma história de ficção cientifica policial escrita por uma das escritoras mais lidas do mundo: Agatha Cristie.
Para quem não sabe, Agatha Christie (1890-1976) foi uma escritora inglesa que criou "Hercule Poirot", um detetive belga que aparece em 33 de suas obras e tornou-se um dos mais célebres da ficção policial. Agatha foi a maior escritora policial de todos os tempos.
O que vamos narrar, acredito que nem Agatha Chistie diante de toda a sua imaginação, chegou a pensar numa história que daria um livro. Infelizmente não é uma história de ficção e sim realidade.
É mais um escândalo envolvendo o nome da Santa Casa de Ibitinga. Já não bastasse todas as denúncias contra a Direção da entidade que vem sendo investigada pelo Ministério Público de Ibitinga, que envolve suposto rombo financeiro, desvido de dinheiro, enriquecimento ilícito, além de superfaturamento em notas fiscais, fornecedores, médicos e funcionários com pagamentos atrasados, um  Portal Transparência fora do ar, agora mais um caso que vai dar trabalho até para o famoso detetive Sherlock Holmes, um personagem de ficção da literatura britânica criado pelo médico e escritor Sir Arthur Conan Doyle e ficou famoso no Mundo pelo seu talento investigativo na elucidação de casos mirabolantes.
A história que aconteceu na sexta-feira, dia 21 de julho, na SANTA CASA DE IBITINGA é simplesmente cabulosa.

Boletim de Ocorrência sobre a tentativa de golpe e o suposto vazamento de informações de paciente internada na Santa Casa. Foto: Divulgação enviada pela autora
 
Natália Aparecida dos Santos, moradora no bairro Bela Vista em Ibitinga (SP) compareceu na Delegacia de Polícia para elaboração de  um Boletim de Ocorrência no qual relata que sua mãe encontrava-se internada na UTI da Santa Casa de Ibitinga. Natália narrou que trabalhava naquela sexta-feira quando recebeu uma ligação de uma pessoa, aparentando ser um homem, e identificou-se como médico 'MARCELO GOMES DE OLIVEIRA', dizendo que sua mãe estava com quadro de saúde estável, porém a situação era delicada e poderia piorar. Com isso, ele (o médico) tinha uma forma de contornar o problema da paciente, mas precisava de um PIX de R$ 1.200,00 reais para realizar uma tomografia computadorizada de última geração, pois havia detectado através dos exames clínicos realizados na paciente o real problema da mesma.
A filha da paciente afirmou que sua mãe estava internada pelo SUS e não tinha condições de pagar o montante solicitado para a “realização da tomografia”. No áudio abaixo o leitor vai entender melhor a situação:

Depois de ouvir o suposto médico da Santa Casa falando, a filha disse que iria tentar arrumar o dinheiro para salvar a mãe. O suposto médico disse que estava esperando receber o Pix para priorizar o atendimento e assim não aguardar a fila do 'SUS' e fazer o exame para constatar a gravidade do problema da mãe.
Natália reafirmou que não tinha o dinheiro, e o suposto médico insistiu em receber o dinheiro pelo Pix. Leia os prints abaixo.
 

Conversas com o suposto médico e a conta para envio do PIX. Fotos: autorizadas e enviadas pela autora
Natália desconfiada e sem dinheiro resolveu ligar para a Santa Casa de Ibitinga para saber quem era o médico e como ele sabia de todos os detalhes do quadro clinico de sua mãe, quando sequer os familiares ainda sabiam e o suposto médico tinha informações exatas e especificas da mãe.
Quem recebeu a ligação na Santa Casa foi a funcionária “BIA” que confirmou a história e curiosamente a primeira pergunta feita para a filha Natália foi se as informações repassadas pelo suposto médicos davam detalhes jurídicos dos fatos acontecidos, quando uma reação normal de qualquer profissional da Santa Casa diante de um caso deste, seria perguntar se ela havia recebido detalhes do quadro de saúde da sua mãe e não detalhes jurídicos.
Ainda na conversa, a Bia (funcionária da Santa Casa) disse que: “fizeram uma fraude na Santa Casa mais cedo...
Segundo a funcionária, um médico se identificando por Doutor Rafael, solicitou informações da paciente. Ainda no áudio a funcionária afirma que o suposto médico era falso, mas não relatou como descobriu que o médico era falso e nem explicou como não conhecia o Dr. Rafael, uma vez que todos os funcionários da Santa Casa e mais especificamente os da UTI (que são poucos os profissionais) conhecem cada médico que trabalha na entidade.

Para tentar evitar o dolo da Santa Casa, Beatriz (Bia), funcionária, diz que provavelmente jogaram 'um verde' na filha Natália. Porém, quando foi confrontada sobre todos os detalhes que o suposto médico tinha sobre o estado de saúde da paciente, bem como aos exames realizados pela mãe um dia antes e nem os familiares sabiam, a funcionária da Santa Casa alega que “provavelmente alguém de dentro da Santa Casa tenha repassado as informações dos exames, do quadro clínico da paciente, telefone de contato e nomes dos familiares...” demonstrando que isso é possível ocorrer na Santa Casa.
O MISTÉRIO
No primeiro áudio a irmã da paciente disse que sua sobrinha recebeu uma ligação da Santa Casa dizendo que não era para pagar nada, pois era um golpe e que não era um médico. Como a Santa Casa descobriu que era um golpe e como descobriu que o falso médico havia solicitado dinheiro para a filha da paciente?
Como o falso médico conseguiu todas as informações exatas e com detalhes referente ao quadro clinico da paciente, dados dos exames clínicos realizados nas últimas 24 horas, inclusive o contato da filha da paciente?
Por que a funcionária da Santa Casa Bia (Beatriz) afirma no final da conversa que de fato ..alguém de dentro da Santa Casa pode ter repassado todas as informações do paciente?
Quem teria acesso a essas informações dentro da Santa Casa e da UTI?
Se a Bia é atendente, quem repassou as informações para ela repassar ao suposto médico?
Quem da Direção da Santa Casa vai assumir esse suposto crime que deixou exposta a família da paciente, a própria paciente e também outras famílias que podem ter caídos em golpes semelhantes?
Quem é o golpista MARCELO GOMES DE OLIVEIRA e o falso médico denominado Dr. Rafael?
Estas e outras perguntas que vão surgir através do Inquérito Polícial aberto para investigação e que chegará a Promotoria de Justiça em breve, merece de fato o trabalho do detetive Sherlock Holmes.
O que o detetive Sherlock Holmes não precisa investigar e nem Agatha Cristie conseguiria esconder em seus livros de ficção policial é a falta de Gestão, a Crise, a Desorganização, a Falta de Capacitação dos funcionários e o Descaso com a População por parte da Santa Casa de Ibitinga.
 
MORTE DA PACIENTE
Infelizmente a paciente, internada na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Ibitinga, veio a óbito na manhã de sábado (22).
LEI QUE PROÍBE REPASSE DE INFORMAÇÕES DOS PACIENTES
É proibido por Lei o repasse de informações de pacientes a qualquer pessoa por telefone, e-mails, redes sociais, etc.
Ocorre que, de acordo com a lei 13.709/18 (LGPD) as informações referentes à saúde são "dados pessoais sensíveis", e seu tratamento deve atender aos princípios estipulados por essa lei. Desse modo, hospitais e clínicas devem estar atentos às regras.
1)    Por que é necessário falar em proteção dos dados sensíveis do paciente?
O direito ao sigilo, à privacidade, à autonomia e à dignidade são garantias constitucionais. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) vem para reforçar a proteção a bens que são extremamente caros a todo ser humano.
Quando se fala em saúde, essa proteção se torna ainda mais importante, uma vez que cuida de informações que são bastante íntimas do paciente, mas ao mesmo tempo essenciais para o tratamento médico.
2)    Quais as normas atuais para tratamento de dados sensíveis do paciente?
A iminência da entrada em vigor da LGPD tem sido motivo de inquietação para médicos e gestores da área de saúde, em especial devido às sanções administrativas descritas na lei. Contudo, o tema da proteção dos dados dos pacientes já é normatizado pela Constituição, leis e resoluções e essas regras devem ser observadas desde já. São exemplos:
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