03/05/2023 às 08h25min - Atualizada em 03/05/2023 às 08h25min

Diretor da Câmara, ‘Rico’ enrola para ganhar tempo em denúncia de superfaturamento de escola

Ricardo Kalil Tofi Jacob, irmão da Prefeita Cristina Arantes, também tenta engavetar denúncia que envolve a construção de uma nova escola e a suposta condenação da Escola Henrique Martinelli, localizada no distrito de Cambaratiba.

Portal Ternura
O ofício do Engenheiro João Roberto denunciando as irregularidades e superfaturamento da escola de Cambaratiba, assim como os documentos da suposta condenação da Escola Henrique Martinelli, novamente não foi apresentado na sessão da Câmara Municipal de Ibitinga (SP) desta terça-feira (02), sob a alegação do Diretor Jurídico da Casa de Leis, Dr. Ricardo Kalil Tofik Jacob, irmão da Prefeita Cristina Arantes, de que o prazo para a apresentação, leitura e votação dos vereadores para apurar as denúncias está dentro do prazo e não havia necessidade de levar ao Plenário nesta semana.
O Presidente Ricardo Prado novamente não colocou em pauta o ofício, postergando mais uma vez a votação sobre o encaminhamento ao Ministério Público e Tribunal de Contas, além da investigação dos próprios vereadores que foram eleitos para isso.
Na visão do Boca no Trombone e do Portal Ternura, isso é uma tentativa clara de fazer o assunto cair no esquecimento em detrimento de qualquer fiscalização pelos vereadores da situação e, assim, proteger as ações do Executivo, indo contra os interesses da população. Parece que alguns vereadores da situação querem que “tudo acabe em pizza”.
A Prefeita Cristina Maria Kalil Arantes ao lado do irmão Ricardo Kalil Tofik Jacob, Diretor Jurídico da Câmara Municipal de Ibitinga. Foto: Divulgação/Redes sociais
 
Embora o Presidente da Casa tenha solicitado Parecer Jurídico do Procurador e do Diretor, apenas o Diretor “Rico” (como o irmão da Prefeita é conhecido na cidade), que não é concursado, ou seja, possui cargo comissionado na Câmara, apresentou um parecer sobre o oficio encaminhado do Engenheiro João Roberto.
Observa-se que o advogado enfatiza que o engenheiro é morador de São José do Rio Preto (SP), buscando descaracterizar sua apresentação. No entanto, o engenheiro é ibitinguense e, acima de tudo, possui trajetória importante no distrito de Cambaratiba, onde cresceu e sua família residiu e até hoje é parte daquele local.
Engenheiro João Roberto Martins Vieira nasceu em Ibitinga e tem forte ligação com o distrito de Cambaratiba. Foto: Divulgação/Câmara Municipal de Ibitinga
Esta quarta-feira (03) é o prazo final para que o Presidente da Câmara decida o que irá fazer com os documentos e questionamentos feitos naquela ocasião e no oficio reforçando o papel fiscalizador do Legislativo.
Contudo, vale ressaltar que, se o Presidente não tomar decisão nenhuma e vir a arquivar toda a denúncia feita pelo engenheiro naquela ocasião, os demais vereadores poderão, em qualquer momento, fazê-lo, dando condições de uma investigação necessária sobre a construção da escola de quase R$ 1 milhão que, embora entregue e já em atividade, é uma obra com vícios, de má qualidade e, acima de tudo, estanha para a presença de uma tradicional escola lá existente, a Henrique Martinelli, que foi deixada de lado e poderia perfeitamente atender às atividades escolares até hoje, aos seus alunos matriculados no distrito.
Escola Henrique Martinelli, em Cambaratiba. Foto: Arquivo pessoal
 
UMA VERGONHA
Os vereadores da situação são: Fernando Inácio, Ricardo Prado, Celio Aristão, Janaina Bastos, José Nilson e Alliny Sartori.
Neste caso, o interesse em atender e proteger o Executivo parece ser maior do que o interesse de defender a população.  Uma vergonha. O Boca no Trombone e o Portal Ternura vão acompanhar de perto este caso e mostrar os vereadores que se omitirem e ou votarem contra uma investigação que parece extremamente necessária.
Vereadores da situação. Fotos: Divulgação/Câmara Municipal de Ibitinga
Os vereadores Marco Fonseca, Richard de Rosa, Daniela da Rádio e Murilo Bueno disseram à reportagem que, independente da atitude do Presidente Ricardo Prado e da mesa, e diante da gravidade diz fatos, vão encaminhar as denúncias ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas.
Afinal, esse é o verdadeiro trabalho do vereador, que deve representar o povo e não ser um “puxadinho da Prefeitura”.
Também vale a pena a população acompanhar mais esse caso, para saber qual vereador faz seu trabalho de fato, como investigar e legislar em favor da população, e quem está lá apenas para servir os pedidos do Grupo de Marco Arantes, formado pelo próprio, Luizinho Sacola, Fernando Inácio, André Bazoni e Bochecha.
Há de se ressaltar que nossa reportagem espera ainda uma resposta do Vereador Fernando Inácio para responder a seis perguntas de interesse a população, com transmissão ao vivo pelo Portal Ternura, em local da escolhido pelo vereador.
Uma das perguntas seria sobre o destino e o desaparecimento do dinheiro do FGTS e INSS, além da falta de acerto trabalhista dos funcionários da Santa Casa de Ibitinga, que foram demitidos, sem levar nenhum tostão nos anos em que foi provedor do hospital e que assumiu compromisso junto aos funcionários da garantia do recolhimento dos tributos, entre outras perguntas
O vereador tem ignorado a imprensa e consequentemente ignorado a população e simplesmente os seus eleitores, que também querem respostas
O argumento de que teve suas contas aprovadas, não valida os questionamentos da população e dos funcionários da Santa Casa, uma vez que Paulo Maluf e Sérgio Cabral, por exemplo, também tiveram várias contas aprovadas pelo Tribunal de Contas.
Estamos aguardando o encontro com o vereador Fernando Inácio, e reiteramos o convite.
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