20/01/2023 às 11h03min - Atualizada em 20/01/2023 às 11h03min

TCC de aluna da UNIARA indica que 43% das árvores da Praça Jorge Tibiriçá, em Ibitinga, são exóticas

Segundo a pesquisa de Beatriz Correa dos Reis, seria necessário criar um plano de arborização para as praças da cidade a fim de reverter o quadro; plantas nativas melhoram não apenas a fauna e a flora, como a saúde do ser humano.

Portal Ternura
 Beatriz Correa dos Reis é aluna do curso de Biologia da UNIARA. Foto: Arquivo pessoal
 
107 árvores. Esse foi o número contabilizado na Praça Jorge Tibiriçá, no Centro de Ibitinga (SP), durante o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Beatriz Correa dos Reis, estudante de Biologia na Universidade de Araraquara (UNIARA).
Começando a entrevista, Beatriz contou ao Portal Ternura que escolheu o curso porque é apaixonada pela natureza “é uma das maiores formas de demonstração da perfeição e do amor de Deus. Sou apaixonada pelas florestas e pelos animais, tudo o que envolve o meio ambiente”, declarou.
Durante os anos de estudos, a entrevistada sempre teve vontade de desenvolver um projeto de pesquisa voltado ao meio ambiente. Após pesquisar por um tempo, chegou ao tema de impactos ambientais em relação às ações humanas na natureza.
Beatriz conversou com a orientadora, a professora Ana Carolina, e deu início ao desenvolvimento do TCC. O levantamento da arborização foi necessário logo no começo para que a estudante conseguisse chegar ao resultado.
TCC de aluna da UNIARA indica que 43% das árvores da Praça Jorge Tibiriçá, em Ibitinga, são exóticas. Foto: Arquivo pessoal
 
Escolha do local e levantamento arbóreo
A estudante informou que a ideia primária era realizar a pesquisa na Fazenda Voltinha, uma das atrações do turismo rural de Ibitinga, mas devido a contratempos, acabou reduzindo o campo para a Praça Jorge Tibiriçá.
Um dos motivos da escolha foi a idade do espaço, que já é centenário. Além disso, Beatriz quis mostrar à população a importância do local, que serve para estabelecer uma relação do homem com o meio ambiente, mas que hoje encontra-se em estado de abandono e sendo frequentado por usuários de drogas.
Após realizar as coletas de folhas e sementes, foi preciso fazer a identificação das espécies. Ao todo, a pesquisa concluiu que na praça havia 107 árvores, sendo que três delas estão mortas. As plantas foram catalogadas em 27 espécies diferentes, sendo que apenas 15 são nativas (57%), enquanto as outras 12 são exóticas (43%). 
“No caso, se as espécies são nativas, é ótimo para manter o equilíbrio do meio em que estão, mas se são exóticas, causando invasão no espaço de outras, elas começam a competir entre si, gerando um desequilíbrio no meio ambiente que afeta a flora e a fauna, inclusive seres humanos”, explicou a estudante.
Níveis de dispersão de sementes. Arte: Portal Ternura
 
Reversão do cenário
Beatriz também contou ao Portal Ternura que é possível reverter o cenário. Para isso, seria necessário criar um plano de arborização para as praças de Ibitinga com o objetivo de ter o controle assertivo das espécies plantadas e cultivadas na região.
A necessidade do plano também surge a partir do momento que seria imprescindível observar as plantas que já estão presentes nos espaços para que não causem problemas às demais. No caso de sinais de competição entre espécies, deveria haver uma medida preventiva.
Para além da melhora no meio ambiente, a arborização adequada dos espaços públicos acarretaria diretamente na melhora da qualidade de vida da população. A ibitinguense destaca que a presença de árvores garante “uma sensação de bem-estar, de calma, de tranquilidade, de ar puro porque as árvores absorvem a poluição e devolvem para o meio ambiente ar limpo”.
Continuidade dos estudos
Ao final da entrevista, Beatriz afirmou que o projeto de pesquisa foi o início para algo maior. Ela iniciará o mestrado na área de desenvolvimento territorial voltada para avaliação de sustentabilidade nos impactos ambientais causados pelos empreendimentos.
“Entendo que talvez as pessoas não tenham conhecimento da diversidade da natureza e dos benefícios que recebemos dela, sendo importante cuidarmos e a protegermos”, finalizou a estudante.
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