Área Azul abrange toda a região central de Ibitinga. Arte: Divulgação/Prefeitura de Ibitinga
Na última quinta-feira (24), a Prefeitura de Ibitinga (SP) publicou, no Diário Oficial, o decreto de nº 5.561, o qual “regulamenta a Lei Municipal nº 3.207/2009 de 15 de abril de 2009, que dispõe sobre a administração de estacionamento rotativo pago em vias e logradouros públicos do município de Ibitinga”.
Em outras palavras, a “Área Azul” está de volta ao município. O decreto, no entanto, pegou lojistas, feirantes, turistas e a população em geral de surpresa e desagradou boa parte das pessoas. É válido lembrar que não houve divulgação da medida além da publicação no Diário Oficial até o momento.
Segundo publicado, o estacionamento seguirá horários específicos, sendo de das 08h às 18h de segunda a sexta-feira; das 08h às 16h aos sábados; e livre aos domingos e feriados.
Além disso, a grande extensão de ruas abrangidas pela medida é outro ponto complicado no decreto. O quadrilátero vai da Rua Capitão Felício Racy até a Rua Tiradentes; e da Rua Paulino Carlos até a Rua XV de Novembro, tomando toda a região central da cidade.
Nesta terça-feira (29), o assunto foi o principal tema discutido no Cafezinho Amargo. Na ocasião, o jornalista Robson de Rosa, levantou indagações a respeito de como isso pode influenciar negativamente os munícipes, os comerciantes e os turistas, que terão de pagar para frequentar o Centro.
Pois, ainda segundo o decreto, cada condutor terá de desembolsar R$1,25 para o usar a vaga por 30 minutos. Uma empresa privada administrará o serviço e ficará responsável por repassar 15% do valor arrecadado à Prefeitura de Ibitinga.
Conforme informado, será possível afixar um cartão com créditos no veículo caso a pessoa precise ficar mais tempo, mas a totalidade não pode exceder 3 horas. Caso o motorista passe do tempo permitido, serão aplicadas as penalidades previstas na legislação de trânsito.
Os ônibus/vans de transporte de turistas que deslocarem-se até a cidade estarão isentos das taxas, desde que se cadastrem na Secretaria de Turismo Secretaria Municipal de Segurança Pública, Trânsito e Mobilidade Urbana e concessionária. Os que optarem por veículo privado, no entanto, terão de arcar com os valores.
O jornalista Robson de Rosa chegou a pontuar que a medida poderá fazer com que as vendas no Centro da cidade caiam e que as pessoas migrem cada vez mais para o e-commerce, abalando o comércio em geral.
Além disso, a população que necessita passar por atendimentos médicos, seja em clínicas particulares, seja no Postão do Centro, ou até mesmo pegar remédios na Farmácia Popular, ou deslocar-se a bancos e ao correio também terá que lidar com a volta da Área Azul.
O mesmo acontece com os trabalhadores de bairros periféricos que trabalham na região central e terão de “pagar para trabalhar” ou deixar os veículos estacionados em locais distantes do serviço. Como ficará a população diante a tudo isso?
Área Azul Solidária
Outro ponto levantado pelo jornalista é referente ao documento enviado pela Vereadora Daniela Branco de Rosa à Prefeitura de Ibitinga solicitando que a Área Azul tivesse caráter solidário na cidade, o que acabou não sendo atendido.
Em Matão (SP), por exemplo, é a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) que administra a área e o dinheiro arrecadado é revertido diretamente aos trabalhos da associação sem fins lucrativos. A indagação que fica é saber o motivo que levou Ibitinga a não fazer o mesmo.
