26/10/2022 às 09h38min - Atualizada em 26/10/2022 às 09h38min

Prefeitura de Ibitinga tenta maquiar Caso Kaique

Jornalista Robson de Rosa recebeu uma nota técnica assinada pela prefeita municipal para que "corrigisse" o que foi falado na segunda (24); apresentador do Cafezinho Amargo passou por todos os tópicos nesta quarta (26) reforçando o que foi dito.

Portal Ternura
Kaique Gabriel Pilhalarme Lopes, de 24 anos, foi encontrado sem vida no último sábado. Foto: Divulgação/Redes sociais
 
Na manhã desta quarta-feira (26), o jornalista Robson de Rosa voltou a falar sobre o caso do jovem Kaique Gabriel Pilhalarme Lopes, de 24 anos de idade, encontrado sem vida no último sábado (22), no Jardim Natália, em Ibitinga (SP).
O jornalista resolveu tocar no assunto novamente após receber uma nota técnica da Prefeitura de Ibitinga solicitando que ele "corrigisse" o que falou na última segunda-feira (24). Confira a nota na íntegra:
 

No rádio, o jornalista afirmou que “a prefeita e toda a cúpula da administração parecem não estar preocupadas com a família. Na segunda-feira eu disse aqui que é a Prefeito ou o Prefeito [de uma cidade] que responde diretamente pela Guarda Municipal e seus atos... Eu disse aqui que iria haver uma reunião, marcada às pressas para pressionar a todos falarem a mesma história”.
O jornalista ainda destacou que a reunião aconteceu (ouça o áudio abaixo) e que as fontes que entram em contato com o Portal Ternura são seguras, sendo que todas as informações passadas são investigadas a fim de confirmar a veracidade de tudo o que é dito.

 
NOTA TÉCNICA PONTO A PONTO
PRIMEIRO PONTO: A Prefeitura alega que a Guarda Civil Municipal (GCM) não é armada. “Se a GCM não é armada, por que no Capítulo 14, Artigo 37, da Lei Complementar  de número 179,  de 28 de dezembro de 2018, sobre a Guarda Municipal, versa o seguinte: ‘para aquisição de equipamentos, viaturas e armamentos, o município poderá celebrar convênios com empresas credenciadas ou com outros órgãos estaduais ou federais’?”, destacou Robson de Rosa no Cafezinho Amargo.

Sobre o assunto, o Portal Ternura recebeu áudios de diversas fontes bem próximas à GCM, até funcionários, que dizem o contrário. Ouça o áudio, que foi modificado para não haver perseguição contra a fonte, sobre discussões entre guardas armados durante a troca de turno:

Sobre o clima ruim entre vários GCMs, isso também foi relatado pelo pai de Kaique Lopes em conversa com a reportagem, que afirmou que ele e vários colegas estavam sendo desprestigiados perante a outros funcionários e que e o mesmo estava BRAVO (não depressivo) com a situação e que inclusive mandou mensagem para a Prefeita Cristina e para vereadores. As mensagens sequer foram respondidas.
Logo, a Prefeita tinha conhecimento da falta de harmonia e do descontentamento de Kaique e outros colegas dentro da Corporação e, ao que parece, nada fez. As mensagens podem, inclusive, servir como provas na Justiça. 
 
SEGUNDO PONTO:  Na nota Técnica, a Prefeita diz “Não ser de conhecimento da Administração Pública Municipal, através da Prefeitura de Ibitinga, quaisquer distúrbios de ordem psicológica ou psiquiátrica do servidor em questão, que pudesse afastá-lo de suas atribuições”.
A Live está no Portal Ternura. Assista novamente e você verá o jornalista Robson de Rosa e o locutor Ronaldo Camargo dizendo que o pai de Kaique estava revoltado porque seu filho estava alegre, era a vida da família, e naquele dia ele e o pai estavam vendo uma moto para comprar; que ele jamais cometeria um suicídio.
Esse assunto de depressão, que revoltou a família, iniciou-se nas redes sociais por pessoas da Prefeitura. Dissemos que ouvimos o pai do Kaique, Jorge Lopes, se mostrou indignado com tudo. “Invenção de que o Kaique tinha ou estava com depressão. Ele era a luz da nossa família... nossa vida... aquele que trazia alegria para nossa casa, para nossa família. Sempre alegre e de bem com a vida. Estava feliz”, disse o pai.
O que foi dito no Cafezinho Amargo na última segunda-feira é o que na lei. A Lei Complementar de número 179, de 28 de dezembro de 2018, versa no Capítulo 1, parágrafo segundo que “Se o guarda civil for proibido de exercer a função por alguma restrição médica ou psicológica, poderá trabalhar em outras atividades, obedecendo as restrições recebidas”
Diz ainda o parágrafo 7, que “cabe ao GCM Classe Especial, a função de acompanhar a sua equipe, nas suas atitudes dentro da corporação, acompanhar as ocorrências, a rotina dos guardas”. Ou seja, cabe ao superior ter conhecimento do estado físico e mental de cada subordinado. Se Kaique estava com depressão, e se várias pessoas sabiam disso, o responsável também deveria saber e tomar as devidas providencias.
E isso é confirmado pela própria prefeitura quando diz que não tem conhecimento. Na live desta quarta-feira, o jornalista Robson de Rosa destacou que essa parte da matéria não é apenas sobre o jovem Kaique, mas sobre todos aqueles que estão na corporação, como é feito nas Policias Militar e Civil.
“Isso é lei e tem que ser assim. Volto a perguntar... Fizeram exames psicológicos ou estão fazendo exames psicológicos periodicamente como determina a lei? Cadê os exames? Quando e quantos foram realizados e quem foi o profissional que que assinou o laudo psicológico? Repito: está na Lei da Guarda Municipal, que a própria Prefeitura fez, que é necessário em toda a corporação, seja nos profissionais de segurança, nas policiais civil e militar. Cadê?”, indagou o jornalista.
 
TERCEIRO PONTO: A prefeita alega que em momento algum o caso foi notificado ou divulgado pela Prefeitura de Ibitinga como sendo suicídio. No Boletim de Ocorrência da Policia Militar, no entanto, foi dito o seguinte:

Logo, se foi a Guarda Municipal que disse, e se a Guarda Municipal faz parte da Prefeitura e a Responsável é o Chefe do Executivo... Foi dito, sim, que se tratava de suicídio com tiro na boca, mostrando que a Prefeitura Municipal de Ibitinga está tentando maquiar a situação.
 
QUARTO PONTO: A prefeita nega que o veículo de comunicação procurou a Prefeitura de Ibitinga. Na segunda-feira, o jornalista Robson de Rosa disse o seguinte na live: “Na tarde, quase noite de sábado, o Jornalista da Prefeitura, Denys, começou a ligar sequencialmente para a Daniela. Na oportunidade, nós estávamos viajando. A Daniela não atendeu porque não viu as chamadas do celular que estava no silencioso. Mais tarde descobriu-se que as chamadas eram para saber o que o Portal Ternura de Noticiais iria divulgar sobre o caso do suicídio. [...] O Portal divulgou como faz de praxe, inicialmente, apenas o registro de óbito, sem detalhes”.

 
QUINTO PONTO  – A Prefeita diz que está à disposição para uma entrevista, só que dá última vez que ela compareceu à rádio, não respondeu o que foi perguntado.
“Todos se lembram do caso do caminhão munck. Que ela [prefeita] veio aqui e não respondeu nada. Marcou uma Audiência Pública, depois mudou para Coletiva de Imprensa forjada só com funcionários comissionados, quando não respondeu porquê o Guedes e o Carlinhos da Empresa Cruz  foram a Bauru para tirar uma foto do odômetro e essa foto nunca apareceu. Aliás, na suposta coletiva, os dois principais envolvidos, Guedes e Carlinhos, que foram a Bauru momentos antes do caminhão munck, que foi deixado a 100 metros da oficina, ser furtado por dois indivíduos, não compareceram”, destacou Robson de Rosa.
O jornalista terminou dizendo que quer, sim, entrevistar a prefeita sobre o assunto do Caso Kaique, assim “como os aumentos abusivos e incontrolados e inexplicáveis das contas de água do SAAE, sobre os R$21 milhões que a Prefeita enviou para o SAAE em um ano e meio nada foi resolvido, sobre os R$2,4 milhões que foram retirados da Saúde e hoje não existem sequer remédios na farmácia popular e muito menos médicos para a população e sobre a criminalidade absurda e incontrolável que Ibitinga chegou na sua administração”.
O jornalista ainda reforçou que só voltou a tocar no assunto porque a Prefeitura de Ibitinga pediu uma ratificação sobre o que foi falado.  “Vamos aguardar as respostas do Requerimento feito pela Vereadora Daniela da Rádio ontem na Câmara, esperar o Luto da Família e a Senhora será muito bem vinda para responder esta e outras perguntas da população”, finalizou Robson de Rosa.
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