Resgate cultural com a Lenda do Cigano foi sucesso em Ibitinga no último sábado (27)

Foto: Divulgação/Prefeitura de Ibitinga
 
No último sábado (27), aconteceu o evento da Lenda do Cigano na praça São Benedito, em Ibitinga (SP). O evento contou com caminhada até a "Cruz do Cigano", além de danças típicas, contação da lenda, artesanato e apresentação do grupo Nosso Flamenco pelo Circuito SP. 
“Eu considero a realização desse evento um momento importante de resgate da cultura ibitinguense. A lenda do Cigano é uma manifestação única de Ibitinga, diferentemente da noiva da escola Victor Maida, que existem milhares de histórias semelhantes em todo o país, o Cigano Antônio da Motta tem uma história única aqui que gerou toda essa mobilização em torno do local de sua morte e de seu túmulo, com a crença dos pedidos, das pedrinhas e bijuterias”, explica Júlia Mergulhão Estronioli, historiadora formada pela USP especialista em preservação, conservação e restauro. 
Foto: Divulgação/Prefeitura de Ibitinga
 
A lenda do Cigano existe há mais de 100 anos “ Se não houver ninguém para contar para as próximas gerações, esse folclore acaba. Atualmente a manutenção da lenda se deve principalmente pelos esforços do Itálico Moreale”, completa Júlia.
“Muito ouvimos que um ‘povo sem cultura é um povo sem identidade’, e o folclore da cidade faz parte do ibitinguense, é parte da crença e das raízes do povo. Dessa forma o resgate se faz tão importante, para que a história seja registrada e passada adiante”, explica o secretário municipal de Cultura, Marcos Rodakevisk. 
 
A cultura e os costumes
Durante muito tempo em Ibitinga, era realizada a procissão luminosa, com o auxílio e organização do Itálico Moreale. O trajeto da mesma era realizado da praça São Benedito até a cruz do cigano, onde eram feitas manifestações de fé. No entanto, é possível constatar que a crença, atualmente, trata-se também de uma manifestação cultural. 
“A ideia da festa foi de finalmente colocar em prática uma lei de 2012 que estabelece a Semana do Cigano de Ibitinga a partir do 3º domingo de agosto”, comenta Júlia. 
Júlia ainda pondera a respeito do Calendário Oficial de Eventos e a participação do Coletivo Multiversos em prol da difusão cultural, “É uma organização ativa da sociedade em prol da cultura e das artes. Precisamos de mais gente disposta a fazer acontecer aquilo que se quer ver. Sem a participação do coletivo seria quase impossível realizar esse evento”.
Foto: Divulgação/Prefeitura de Ibitinga
 
A definição de um evento cultural é que o mesmo ocorre de forma excepcional e temporária, sua natureza é de caráter emocional (que tenha valor) e sociocultural. São eventos que visam criar comunidades, unir pessoas criando um sentimento de pertencimento ao mesmo grupo
“A população reclama da falta de cultura na cidade, mas não adianta reclamar se ninguém arregaçar as mangas. E o poder público não sabe ler mentes, precisamos ter mais diálogo, ouvir o que as pessoas estão dizendo e apoiar o que estão fazendo. Se a sociedade não participar, os eventos e decisões, serão sempre de cima para baixo, e eu acredito que nós só vamos crescer e nos desenvolver se todos e todas tivermos espaço” finaliza Júlia.
 
 
Fonte: Prefeitura de Ibitinga